Nem tudo o que é barato é ruim

Por um momento vamos deixar de lado o preconceito e voltar nossa atenção às coisas baratas. Nem tudo o que tem um preço menor do que o normal do mercado é ilegal ou de baixa qualidade. Se teimarmos em ficar fechados neste conceito, várias oportunidades de bons negócios serão perdidas.

Alguém desesperado para vender, porque precisa desovar o estoque, ou usar o dinheiro para outra coisa, ou ainda por estratégia comercial para ganhar mercado e conquistar novos clientes, é alguém que abaixa o preço.

Os usados também podem ser muito adequados a uma situação em que você não precisa do produto novíssimo. Basta um pouco de tempo e paciência para pesquisar e verá quantos bons objetos podem ser comprados pela metade do preço. A família que está vendendo tudo porque precisa mudar-se tem ótimos móveis, eletrodomésticos e às vezes um lindo pet esperando ser adotado. A pessoa que mudou de peso ou de estilo de vida tem roupas, bicicleta, prancha. As feiras de trocas são ricas em livros e brinquedos interessantes. Os leilões oferecem imóveis a preços muito convidativos.

Pesquisar antes de comprar vale para tudo, certo? Então aí vai uma dica: sites de vendas diretas entre pessoas tem uma incrível variedade de produtos – novos e usados – além dos tradicionais classificados nos jornais. Depois de tomar um banho de informações, você estará mais preparado para uma boa compra.

Veja quantas dicas práticas nas seções #BB (Bom e Barato), #OBQSC (O Barato Que Sai Caro), #NVQC (Não Vale Quanto Custa) e #VCC (Vale Cada Centavo) da Voute Contar no Facebook e Instagram. Assim poderá repensar suas escolhas e tentar novas experiências de compra, dando valor ao seu tempo e dinheiro. Você já sabe também que nem tudo o que é caro é bom.

No lazer também há muitas opções para situações de escassez financeira. Parques, museus, shows, praia, esportes, saraus, reuniões de amigos ou familiares, programinhas românticos. Eventos em que você usa a criatividade para a decoração e as atividades podem ser muito divertidos. Nem só de shopping centers, festas cinematográficas e baladas pirotécnicas vive o lazer.

Cuidado, depois de seguir estas recomendações, é possível que você seja contagiado e comece a pensar em trocar, vender ou doar aqueles objetos e bens sem uso… Afinal, que desperdício deixar as coisas mofando e empoeirando quando podiam ter um fim útil para outra pessoa. Que desperdício pagar caro em uma coisa sem necessidade em vez de fazer melhor uso do dinheiro!

Andréa Voûte
foto de Frank McKenna para Unsplash

Com que roupa eu vou?

Naquele dia ela via defeitos em seu corpo e a roupa certa é uma das maneiras mais rápidas de sentir-se bonita. Seu guarda-roupas estava cheio e ficou difícil manter tudo limpo e organizado, a impressão era ter acumulado roupas e sapatos em excesso. Ainda assim, ele não parecia oferecer o que ela precisava, nem o que queria naquele momento. Cansada de pagar as prestações das lojas, de lutar contra o mofo e as traças, de lavar, passar e doar roupas sem uso (sapatos não conseguia nem doar), de ter aquele trabalho todo cada vez que se mudava e cansada de olhar para as mesmas peças, ela decide reduzir o orçamento do vestuário. Percebeu que no ano passado comprou tantas coisas do mesmo estilo – que estava na moda na época – que já enjoou de todas.

Depois de experimentar várias combinações, saiu, não muito satisfeita, com uma das poucas roupas que usa regularmente. Uma vantagem de se ter um vasto guarda-roupas é variar, mas na prática ela acaba repetindo, algumas peças ficam meses sem uso, enquanto outras favoritas não param no cabide. Mais tarde leu um artigo que sugeria uma vida simples e minimalista, começou a considerar a ideia de adotar o princípio de deixar somente uma espécie de “enxoval” básico com menos peças e usar aquelas roupas e sapatos até acabar. Por exemplo: manter duas peças de cada tipo (não vale classificar cada cor como um tipo), comprar uma peça de cada tipo por ano, delimitar o espaço que o vestuário deve ocupar e ficar nele, escolher a maioria das peças lisas e clássicas.

Animou-se a fazer as mudanças e surpreendeu-se com o quanto isso simplificou a vida dela. O tempo, este ativo cada vez mais precioso, sobrava por não ter que ficar pensando “com que roupa eu vou”. O stress de escolher quando se tem excesso de opções e parece que sempre tomamos a decisão errada, diminuiu. Surgiu mais uma motivação para manter um peso regular e um corpo saudável, a de não precisar ter estoque de peças para o “outro corpo”. O espaço antes ocupado com as peças inúteis, agora está livre. O dinheiro antes gasto para renovar constantemente o guarda-roupas, pode ser redirecionado para fins mais nobres. Percebeu o quanto é mais simples lidar com o que está em uso e não fica mofado, empoeirado e não sai de moda antes que ela consiga realmente aproveitar. Adotou novos hábitos de consumo para combinar com a filosofia de vida que a deixou mais leve.

Peças a evitar:

que você não compraria se não fosse tendência e logo sairão de moda;

desconfortáveis;

difíceis de passar (por que isso ainda existe?);

que desbotam / esticam / criam bolinhas rapidamente;

que precisam ser lavadas à seco ou à mão com extremo cuidado;

chiques / esportivas / ousadas / sérias demais para você;

que você já tenha uma ou mais peças parecidas;

que sejam caras demais para o seu momento;

que desvalorizem o seu corpo atual;

que a sua amiga/mãe/namorado escolheram para você.