As emoções são cavalos selvagens. Para que domar?

A frase que eu mais gosto para definir as emoções é que elas são cavalos selvagens.  Uma das características mais interessantes dos cavalos é justamente que nunca deixam de ser selvagens em sua essência, mesmo os mais “mansos” não podem ser completamente dominados.  Vamos imaginar então que cada uma de suas emoções seja um cavalo selvagem. 

Ignorá-lo poderia resultar em mordidas ou coices, entre outros prejuízos imprevisíveis gerados por negar que ele está ali.  Você pode tratar cada cavalo com o carinho e respeito que todos merecem, mesmo os mais difíceis de lidar, afinal ele é “seu” ou, na verdade, está sob a sua responsabilidade.  Cada emoção que você sente faz parte de você e deve ser conhecida e aceita, lide com ela de forma consciente. Ouça o cavalo, observe como ele realmente é para que possa entendê-lo bem.

Logo você começaria a domar este cavalo, sempre com gentileza e paciência, lembre-se que há vários métodos de doma e alguns criam traumas. Um dia finalmente se estabeleceria um bom relacionamento, em que você seria a autoridade, com as rédeas nas mãos.  O roteiro do passeio e a velocidade seriam escolhas suas, passo calmo para descansar e apreciar a paisagem ou delirante galope ao vento…  Não vale perder a gentileza depois de montar, o respeito deve continuar, até porque o cavalo sabe instintivamente de coisas que você não sabe.  Não forçarias o cavalo e ele não te derrubaria propositalmente, mas ainda assim procurarias aprender a cair caso isso acontecesse.  Terias sempre em mente que o animal é dotado de instintos e sentidos bem aguçados, pode avisar-te de perigos escondidos. Lembrarias de deixá-lo correr solto eventualmente, sentindo o prazer de admirar a força e o vigor da natureza. 

Quais são os cavalos selvagens que você tem a domar que estão afetando sua vida financeira mais diretamente? Medos exacerbados de perder dinheiro, o emprego ou o cliente?  Preocupação constante em ser roubado ou enganado?  Pânico diante do novo e da velocidade das mudanças?  Carência doentia de atenção, afeto ou poder que te leva a gastar muito mais do que deveria?  Ansiedade descontrolada que não te permite esperar nem um dia a mais e te enterra em lamaçais de dívidas?  Culpa por ser próspero/a, dúvidas torturantes sobre ser merecedor de riquezas que as mantém longe e inacessíveis?  Aversão ao capitalismo ou ao lucro que inviabiliza o seu negócio?  Euforia e excesso de confiança que causaram a sua quebra no mercado de risco? Quantas vezes você paralisou ou se atrasou em coisas importantes por medos que nunca chegam a se concretizar e probabilidades que nem eram tão altas?  Quantos inimigos gerou a ambição desmedida que atropela e derruba tudo para chegar aonde quer, alimentada por insaciáveis desejos a realizar urgentemente?  Às vezes basta um cavalo nervoso para prejudicar todos os outros.

Não vejo como ter sucesso nas finanças enquanto houver pendências emocionais sérias.  Ao atingir um equilíbrio, você terá o entusiasmo de quem realizou alguns sonhos e pode sonhar mais.  Perfeito? Não, o imperfeito sob controle.  Viverá a plenitude de sua saúde financeira, investindo com riscos calculados, empreendendo com mais confiança, experimentando a alegria de doar, buscando as oportunidades certas, em um estilo de vida que te proporcione emoções agradáveis.