“Por que” frequentemente é a pergunta mais inteligente que você pode fazer, ao mesmo tempo pode ser a mais difícil de se responder. Faça a pergunta, mesmo quando não conseguir chegar a uma resposta definitiva. Só a busca do porquê já mostra tanta coisa que te eleva a outro patamar de discernimento!
Um assunto onde se vê uma vasta diferença de opinião é a saúde. Todo mundo tenta explicar os problemas atuais de saúde física e mental. Podem ser consequência de:
Excesso de telas com sua manipulação sofisticada, algoritmos fechando bolhas, estímulos constantes, relacionamentos superficiais, vidas editadas, positividade tóxica, falsas aparências, superexposição das intimidades, opiniões sobre tudo, notícias falsas ou sensacionalistas, apostas, violência, pornografia, guerra pela nossa atenção. Fica o convite à rebeldia de fazer pausas das telas.
Na infância não termos pais presentes para conviver, conversar, abraçar, jogar, cuidar da casa, orientar, apoiar, dar limites, proteger, amar e até questionar. Fica o convite a se conhecer, se cuidar e estar presente para as crianças.
Química pesada na caixinha de remédios que deixou de ser “coisa de velho”, nos alimentos com agrotóxicos e ingredientes indecifráveis, nas bebidas em que a única coisa natural é água, nos cosméticos milagrosos e desodorantes que duram dias, no reino do plástico, em vários materiais para retardar as chamas de um possível incêndio, nas práticas panelas antiaderentes. Fica o convite a uma vida mais natural.
Comer e beber pode e deve ser prazeroso, mas é antes de tudo para satisfazer necessidades básicas de nutrir e hidratar o organismo, assim ele pode funcionar bem. Comer compulsivamente ou alimentos sofisticados só por status ou comer enquanto trabalha / assiste algo mudam nossa relação com a comida e tem consequências nas saúdes, inclusive a financeira. Fica o convite a prestar atenção ao que estamos ingerindo.
Usar mais o intelecto e deixar de lado os outros aspectos da vida, vulgo “viver do pescoço para cima”. Informação de todo tipo entrando o tempo todo, sobrecarregando a mente e não deixando espaço para processar a informação. Fica o convite para lembrar que somos animais feitos para o movimento, mamíferos emotivos, seres humanos com intuição e desejos espirituais, pessoas sociais.
Supervalorização do visual em detrimento dos outros 4 sentidos. Nosso olfato irritado por cheiros artificiais não consegue mais identificar milhares de aromas, o que enriqueceria a vida e ironicamente o intelecto. Nossa pele toca cada vez menos coisas e seres, executamos poucos trabalhos manuais, o que deixa o tato menos sensível. A audição está sofrendo com os fones de ouvido, a música alta, as sirenes e outros tipos de poluição sonora. O paladar não tem noção do que come porque a lista de ingredientes é cada vez maior. Fica o convite para procurar desenvolver os 5 sentidos.
Estilo de vida moderno que compromete os pilares das saúdes – além da alimentação e exercício físico, também o sono. Eis uma coisa que está no centro da nossa qualidade de vida e nem sempre nos damos conta disso. Fica o convite para alterar hábitos e ambientes a fim de chegar a um bom sono em termos de qualidade e quantidade.
Há também quem afirme que as doenças são punição de pecados, somatização de emoções mal resolvidas, falta de fé, efeito colateral das vacinas, influência dos espíritos e até que na verdade não existem doenças, somente a saúde. Mesmo diante de tantas incertezas, tudo o que investigamos nos fez aprender, aumentou nossa consciência e provavelmente nos fez cuidar melhor da saúde.
Os técnicos lhe lembrarão que correlação não implica em causalidade, ou seja, eventos podem ocorrer juntos sem ser necessariamente causa e consequência um do outro. Estatísticas mostram probabilidades e relação direta ou indireta, por exemplo o câncer. Pessoas que fumam bastante, quando recebem um diagnóstico de câncer de pulmão já associam ao cigarro e mesmo assim não se pode afirmar qual foi a causa.
A observação atenta possui um incrível poder, dela você cria hipóteses, investiga, pesquisa, testa e finalmente valida. Especialistas da área científica lhe dirão que são necessários vários estudos diferentes para comprovar uma tese. Se você conseguir repetir a experiência, é um indício de que seja verdade. Você pode fazer isso em pequena escala na sua vida, mantendo a sua curiosidade e lembrando que não será uma lei da natureza que vale para todos.