AUTONOMIA FINANCEIRA

Quando você pensa em uma pessoa financeiramente autônoma, a primeira ideia que vem à sua mente é a de pagar suas próprias contas, certo? De preferência em dia, à vista e com seu próprio dinheiro. Nos casos de divisão de contas com alguém, saber planejar e negociar uma divisão justa, mantendo a consciência dos valores que o outro paga também. Tentar não explorar as pessoas mais próximas, transbordando nelas seus problemas e não se deixar explorar pelas instituições financeiras com seu crédito caro. Difícil ter autonomia, liberdade e independência sem pagar suas próprias contas. Que isso seja a regra e não a exceção, pois é mesmo a habilidade mais importante, mas não a única.

Como somos todos consumidores, devemos saber identificar o preço justo, pesquisar e comprar bem. Aprimorar constantemente a arte de negociar com firmeza e honestidade para chegar ao melhor resultado possível. Saber vender colabora para a sua autonomia, mesmo que hoje essa não seja a sua atividade principal. Se você for independente, aprenderá a negociar doações, empréstimos e cobrar quem lhe deve; se ainda não for, estará negociando na outra ponta. Se você cair no consumismo deixará de ser sustentável e isso pode comprometer toda a sua autonomia, mesmo que possua as outras habilidades. Negocie com você mesmo também.

Para evitar problemas gerados por outros, é bom deixar de ser ingênuo e aprender a reconhecer os oportunistas que não te respeitam, identificar mentiras, barrar o egoísmo alheio, mostrar os limites aos folgados. Agir corretamente e conhecer a si mesmo e aos outros cria boa-vontade e evita as situações em que um sai prejudicado. Por outro lado, é bom entender o mínimo sobre as leis que mais te afetam e contar com bons advogados e especialistas a quem possa consultar e acionar em caso de necessidade. Cercar-se de cuidados para prevenir golpes e abusos ajuda a não perder a independência financeira que você conquistou, sem exagerar na desconfiança.

Quem escolheu a sua carreira? Ter mentores e modelos para inspiração e aprendizado não significa deixar outra pessoa pensar por você. Aceitar ajuda para divulgar o seu trabalho, uma indicação ou venda comissionada tudo bem, mas analise com seus próprios parâmetros se é isso mesmo que você quer ou se dará conta. Decisões de onde trabalhar, onde estudar, que profissão seguir e quando parar de trabalhar são pessoais e intransferíveis. Levar em consideração a família é diferente de sacrificar-se cegamente por ela. Deixar a ambição falar mais alto do que tudo e colocar o dinheiro em primeiro lugar costuma decepcionar no final, ignorá-lo também.

Pelo menos por algum tempo, alimente os seus próprios controles financeiros e faça isso detalhada e cuidadosamente. Aprenda sobre tecnologia e use-a a seu favor. Participe dos procedimentos burocráticos resolvendo seus próprios problemas. Estreite sua relação com os bancos, leia seus extratos e saiba de cabeça quanto ganha, gasta, tem e deve. Entenda e renegocie as dívidas. Aprenda a poupar e investir, estude você mesmo sobre investimentos e acompanhe notícias de Economia. Eis um ponto fundamental da autonomia financeira que pode facilitar o planejamento estratégico, a paz e a prosperidade ou facilitar as fraudes, descontroles e dívidas. Planejar as finanças é gostoso, experimente (ou alguém o fará por você)! Contrate ajuda e participe ativamente, lembrando que a melhor pessoa para cuidar do seu dinheiro ainda é você mesmo.

Andréa Voûte

AUTONOMIA NA ALIMENTAÇÃO

Fazemos de três a seis refeições por dia, muitas vezes variando o local e o tipo de alimentação. É cada vez maior o número de pessoas que delega a alimentação para os profissionais do ramo, como empregadas domésticas, máquinas, restaurantes, supermercados e a indústria alimentícia. As cozinhas são cada vez menores e menos equipadas, os alimentos tornaram-se exageradamente processados e artificiais, o conhecimento básico sobre culinária, jardinagem e a origem das carnes diminuiu bastante. A maioria de nós não lê os rótulos e quando tentamos é preciso usar lupa, tradutor e conhecimento científico para decifrá-los.

Comer não é só nutrir o corpo e ingerir calorias. Almoço com os colegas é networking, com a família é reforçar os laços, com os amigos é um ato social e com o parceiro/a é intimidade, sozinho é reflexão. Alguns tem compulsão alimentar, outros são viciados em açúcar ou gordura e há pessoas que procuram nos alimentos as memórias boas da infância. Evite comer enquanto trabalha ou estuda, faça uma pausa e relaxe. Escolha seus alimentos, experimente variações, não faça as refeições no piloto automático, não confie cegamente na indústria alimentícia ou no restaurante. Considere o preço e o sabor sim, mas o critério principal deveria ser a saúde ao decidir o que vai consumir e absorver. Informação e consciência sobre nutrição contribuem para a sua autonomia alimentar.

Cozinhar não é tão complicado que não possa ser aprendido. É uma tarefa básica e necessária, mesmo que depois você queira ou possa delegar a culinária, não deve ser ignorante quanto ao preparo dos alimentos. Assim dificilmente passará fome ou será obrigado a comer algo ruim ou sujo, você controla a quantidade, qualidade e higiene. No início siga receitas e aos poucos liberte-se delas. Você vai errar no tempero até perceber a importância dos detalhes, vai errar na consistência até lembrar-se da química, vai queimar a comida até dizer não às distrações, vai cortar os dedos até criar métodos, vai desperdiçar até aprender a planejar, vai queimar-se até respeitar o fogo, vai adquirir paciência para descascar legumes e mexer a panela. Por fim você tem agilidade e criatividade, consegue inventar receitas e combinar ingredientes de forma mágica, agrada a diferentes paladares e restrições alimentares, talvez enfeite a comida e quem sabe recrute algum ajudante enquanto conversam. Comprar bem os ingredientes e não só produtos alimentícios é uma arte a ser aprendida também.

Plantar é aproximar-se da natureza e colher é como imprimir seu próprio dinheiro. Você mudará completamente a forma de ver as frutas, os legumes e verduras se acompanhar todo o ciclo de vida deles cuidando de cada etapa. A jardinagem é tão especial quanto cozinhar, comprovadamente terapêutico, proporcionando um exercício e a participação ativa na produção do que consome. Comece com vasinhos de ervas e plantas fáceis de cultivar e que durem anos, depois quem sabe aumente para uma linda horta, um pomar perfumado, algumas galinhas e peixes. Isso reduz sua dependência dos mercados e te dá uma noção do preço justo de cada coisa. Colher só o que vai usar naquele dia também reduz o desperdício. Aproveite para desenvolver uma produção orgânica e com isso ganhe saúde e sabor do alimento fresco e natural. Quanto aos bichinhos, divirta-se brigando com os que ameaçam a sua colheita e faça amizade com as minhocas e os polinizadores. Reutilize restos de vegetais compostando até virar adubo, reduzindo drasticamente a quantidade do seu lixo orgânico.

Andréa Voûte

AUTONOMIA NOS CUIDADOS PESSOAIS

Ainda não inventaram melhor pessoa para cuidar de você do que você mesmo. Aqueles momentos só seus de amor próprio e autoconhecimento, em que você percebe a textura da pele e do cabelo, ouve o corpo, sente onde dói e onde é sensível. Você detecta os probleminhas a corrigir, alonga-se para alcançar as costas e esbarra nos limites desse alongamento. Agora você só tem que se preocupar com o produto certo e o melhor tratamento. Você pode ficar em silêncio ou até colocar uma música que combine com o seu humor, para que seja realmente terapêutico. Depois estará bem cuidado, cheiroso, relaxado, macio, saudável, um prazer sereno.

Tudo o que tem que ser feito com uma frequência diária ou semanal você deve saber fazer. Lavar os cabelos é tarefa básica de higiene pessoal e se você costuma secar no secador ou modelar, aprenda a fazê-lo direito. É gostoso ter alguém massageando o seu couro cabeludo e cuidando de você, mas terceirizar totalmente esta tarefa demanda muito tempo e dinheiro. Quem pinta os cabelos um dia precisará pintar em casa, é bom treinar de vez em quando porque não ficará bom da primeira vez. A escolha dos produtos corretos para o seu tipo de cabelo deve ser sua, com orientações do cabeleireiro, da vendedora da loja de cosméticos e de textos da revista. Considere também o tipo de agressão natural ou química a que ele está exposto, a textura, o volume, o comprimento e até a cor. Teste e varie os produtos, mas informe-se com gente séria. É possível fazer ótimas hidratações em casa, economizando muito. Quanto ao penteado, você não precisa saber fazer esculturas elaboradas para ir ao casamento chique, mas coisas básicas do dia-a-dia sim, compre acessórios de cabelo e experimente quando estiver sozinha sem compromissos.

Quando vou à manicure, já chego com as unhas cortadas e lixadas, no tamanho e formato certos. Nem penso em terceirizar estas tarefas e nas raras vezes que o fiz, detestei o resultado. Hidrato minhas mãos e pés todos os dias e empurro as cutículas uma vez por semana. Levo meu próprio kit ao salão, que eu mando amolar, desinfeto com álcool e troco de vez em quando. Isso é fácil e eu não confio na estufa e no conhecimento técnico que a manicure tenha de saúde. Saber esfoliar a pele do jeito certo e na frequência certa tira as células mortas, manchas, pelos encravados e cravinhos superficiais, além de estimular a circulação. Massagear seus próprios pés é bem relaxante, nos ombros e pescoço alivia dores. Você pode não saber desfazer os nódulos com tanta competência quanto a massoterapeuta, mas conhecerá melhor cada um deles e poderá refletir de onde eles vieram. Quem gosta de maquiagem, deve aprender a fazer para não cair naquela situação de pagar caro e não gostar do visual.

Cuide-se mais, faça uma pausa na correria e curta os momentos e os resultados em sua saúde física e mental por fazer isso. Você que já cuida do trabalho, da saúde, dos estudos, do carro, da família, da casa e do dinheiro, cuide de você. Você pode e deve tornar-se o maior especialista em você mesmo, sabendo melhor do que ninguém o que deve e não deve ser feito, recebendo ajuda sem ficar dependente, sem ter que esperar o dia da clínica ou salão.

Andréa Voûte

AUTONOMIA

Autonomia é um termo de origem grega cujo significado está relacionado com independência, liberdade ou autossuficiência. Termos que soam bem para todos nós, mas frequentemente pensamos e agimos na direção contrária. Queremos ser donos de nosso destino sem ter que nos esforçar por isso.

O antônimo de autonomia é heteronomia, palavra que indica dependência, submissão ou subordinação. O ideal é chegar à interdependência saudável com liberdade e com limites, sem abusos ou dominação. Na dependência ou co-dependência, tudo fica muito preso, repetindo ciclos doentios que prejudicam aos dois lados.

Ninguém conseguirá ser autônomo em tudo e, se tentar, ficará escravo da própria pretensão. Com esta escravidão deixará de ser livre… Saber fazer não significa ter que executar pessoalmente tudo o tempo todo, significa ter a possibilidade de resolver sozinho caso necessário. Significa coragem para tentar, curiosidade de saber como as coisas funcionam e boa-vontade para domar a preguiça.

Não vivemos isolados e nem é bom que sejamos individualistas. É igualmente importante saber trabalhar em equipe, em sinergia e com união. A força do coletivo não deve ser ignorada, bem como o valor de um grupo engajado, a emoção de participar de algo maior. E o próprio grupo pode ter autonomia em relação ao meio externo e a outros grupos.

Internamente, ser autônomo é pensar livremente, ser emocionalmente independente, conseguir planejar, criar suas próprias regras, saber tomar boas decisões, ter o conhecimento, conseguir imaginar e elaborar coisas sozinho. Autonomia intelectual e emocional, que são complexas e podem levar a vida toda para amadurecer.

Para que a autonomia seja completa, ela deve ser extrapolada para o mundo externo, onde se consegue realizar, consertar, construir, iniciar, fazer do zero e fazer crescer. É então que esbarra-se nos outros e nas leis, sejam elas naturais ou civis. Esbarra-se também em suas próprias fraquezas que não aparecem enquanto estamos na esfera teórica, só na prática.

Trata-se de uma condição que expande os limites, nem sempre precisando derruba-los. É ter um poder que interage com os outros poderes em harmonia sempre que possível. Oferece e aceita ajuda, mais por gentileza do que por necessidade.

Nascemos totalmente dependentes e é natural ganhar cada vez mais autonomia. Ela começa na infância e deve ser estimulada no momento certo de acordo com cada fase de desenvolvimento. Começa com andar, falar, comer e beber sozinho. Depois vem as habilidades do tipo amarrar os sapatos, vestir-se, tomar banho, nadar, socializar-se. Mais tarde são coisas como saber estudar, comunicar-se bem, dirigir.

Ainda há adultos que não sabem gerir a própria vida e vivem como adolescentes em termos de autonomia. Não conseguem pensar sozinhos, cozinhar, trabalhar com seriedade, usar bem o dinheiro, cuidar da própria saúde, criar os filhos, ter um mínimo de autocontrole. A maioria das pessoas usa intensamente a energia elétrica sem entender como ela funciona e assim com diversas outras coisas. Vivemos para a tecnologia e não é mais ela que nos serve, as prioridades estão invertidas.

Terceirizamos demais e isso não custa somente dinheiro, custa um pedaço de nossa liberdade. Pode parecer mais prático, só que assim deixamos de aprender e ficamos nas mãos dos que fazem. E se eles estiverem desesperados por dinheiro e derem alguns jeitinhos de encarecer a conta? E se eles estiverem com pressa e a prioridade for terminar logo em vez da qualidade? E se eles quiserem impressionar hoje, mesmo que isso traga consequências negativas no futuro? E se eles mentirem e omitirem informações importantes, como poderemos julgar? São situações muito comuns, sejamos realistas.

Sabendo se virar, sabendo decidir e sabendo fazer, conseguimos quebrar o vínculo da total dependência e administrar melhor a vida.

Andréa Voûte

Comprovante ou cobrança?

COBRANÇA OU COMPROVANTE DE PAGAMENTO?

ORÇAMENTO é uma proposta ou fatura, um valor estimado que o fornecedor / credor oferece ao cliente / tomador do crédito para que ele possa se planejar e aprovar ou não tal proposta. Uma vez aceito o orçamento, firma-se um compromisso que pode ser em forma de contrato ou outros instrumentos que selem o acordo entre as partes. Em muitos casos, o valor real pode ser menor ou maior do que o orçado, cuidado com essa margem de “erro” e preparem-se para ela.

O NEGÓCIO começa quando o cliente / devedor toma posse dos bens ou dos serviços ou ainda do dinheiro e começa a usufruir dele. Simultaneamente ou não com os próximos passos: cobrança e pagamento.

COBRANÇA é o processo que antecede o pagamento. Usa-se um documento para informar os valores, os dados de quem paga – cliente e de quem recebe – fornecedor, as condições de pagamento com datas e multas, os produtos comprados ou serviços contratados. A cobrança também serve para documentar qualquer tipo de dívida e obrigação, como empréstimo. Exemplos de instrumentos de cobrança que o fornecedor/credor emite e entrega ao cliente/tomador do crédito são: boleto, duplicata, nota promissória, carnê, pedido de compras, confissão de dívidas, etc.

FORMA DE PAGAMENTO é a maneira de quitar a obrigação através de dinheiro, cartão de crédito, débito em conta, transferência, cheque ou até troca. Atualmente há inúmeras formas de pagamento, cada uma com suas vantagens e desvantagens. Sugiro que as conheça e observe seu efeito no fluxo de caixa. Há pagamentos de uma única parcela – que pode ser no ato ou até 30 dias – e há pagamentos de longo prazo até 100 parcelas; pagamentos eletrônicos e pagamentos tradicionais. Usar bem o dinheiro envolve escolher a melhor forma de pagamento em cada situação que não prejudique nenhum dos lados.

COMPROVANTE de pagamento é o documento final, gerado para confirmar que o compromisso foi cumprido e o fornecedor/credor já recebeu do cliente/devedor. Pode ser uma Nota Fiscal, Recibo de Pagamento, de Salário ou de Aluguel, entre outros.

Portanto, se você vende algo a alguém e esse alguém exige qualquer tipo de Recibo ou Nota Fiscal para que só depois de emitido o comprovante ele possa pagar, isso é um ato abusivo! Algumas empresas grandes têm esta política de pedir a Nota Fiscal antecipada. Sua empresa já paga impostos sobre o valor supostamente recebido antes que ele seja realmente compensado, corre o risco de não receber ou receber com muito atraso, complicando um possível processo porque você afirmou ter recebido. Negocie e tenha uma ou mais formas de cobrança a oferecer em troca desta inversão.

Andréa Voûte

 

Origem da dívida

Uma pessoa costuma gastar mais do que ganha e com isso normalmente usa o cheque especial. Ela é uma compradora compulsiva e está sempre gastando.

Sua renda padrão é de R$ 10.000 e gastos de R$ 11.000, deixando um saldo negativo de R$ 1.000. O cheque especial dela custa 10% de juros e com isso ela paga R$ 100,00 e fica com saldo negativo de R$ 1.100,00. Agora ela tem dois problemas: o consumismo que a leva a gastar mais do que ganha e portanto é a origem da dívida e os juros do cheque especial que entram como uma despesa cara e da qual não se usufrui nada além do alívio da ansiedade de gastar. Continuando neste ritmo, a cada imprevisto ela usará mais dinheiro ainda do cheque especial e a dívida crescerá rapidamente.

Se ela ultrapassar o valor limite estabelecido, pagará tarifas altíssimas diariamente (neste caso acho justo) e terá agora 3 problemas a resolver, o que provavelmente a levará ao CCF. Para “limpar” o nome ela terá que desembolsar mais dinheiro. Se contratar um empréstimo para quitar o cheque especial, ela pagará IOF, tarifas e seguro, além dos juros do empréstimo, é claro. Com todos estes problemas, ela está longe de resolver o consumismo, pelo contrário, continua comprando compulsivamente…

POR ISSO PENSE BEM, MAS MUITO BEM MESMO, ANTES DE SAIR GASTANDO DO CHEQUE ESPECIAL OU CARTÃO DE CRÉDITO (a não ser que pague sempre a fatura integralmente).

Os números falam

Os números falam

Andréa Voûte

Todos os nossos números são o resultado de nosso comportamento combinado com a sorte, o ambiente e a herança recebida. Sua renda, as substâncias no seu exame de sangue, suas notas nas avaliações da escola ou do trabalho, o número de amigos (mesmo) são o resultado de uma combinação de fatores, no qual você tem sempre alguma responsabilidade.

Eles também podem tornar-se a causa de outros números. Por exemplo: você tem dívidas que te preocupam tanto a ponto de deteriorar a sua saúde, então os números do seu extrato podem se refletir na sua pressão arterial ou na quantidade de horas que você dorme e isso pode afetar outros números, como o número de negócios que você fecha. E de onde vieram as dívidas? Provavelmente (ainda que você não tenha consciência disto) vieram do seu comportamento financeiro. Da mesma forma, um aumento de renda pode trazer bem-estar, diminuir as compulsões e, se bem administrada, esta renda maior pode fazer crescer o seu patrimônio.

Economia é uma matéria de Humanas e não de Exatas, muitos daqueles algarismos aparentemente frios das notícias do jornal mudam quando as pessoas estão em pânico e começam a tomar medidas desesperadas ou quando estão eufóricas achando que podem tudo.

Que números são importantes nas suas finanças? Como você mede o seu sucesso, da sua família, empresa e do seu país? Na prática, qual tem sido a sua prioridade? Podemos começar pela renda e despesa anuais, depois os bens e dívidas atuais. Só de acompanhar estas quatro informações você já estará em extrema vantagem e terá condições de dar os próximos passos. Se você não simpatiza muito com os controles ou com a matemática, talvez demore um pouco mais para entendê-los e interpretá-los, peça ajuda e um dia você estará apto a ouvir o que eles tem a dizer.

Para isto é preciso alimentá-los e deixá-los precisos e exatos. Sim, no momento de registrar e manipular os números é preciso ser detalhista, depois você arredonda e desconsidera alguma coisa se for o caso. Meio controle é melhor do que nada no sentido de significar um primeiro passo para um controle verdadeiro, já te dá alguma consciência, mas os números têm que bater sim em cada centavo ou você pode tomar decisões equivocadas. Onde há um erro, pode haver vários.

Aproveite para exercitar a sua memória e concentração. Depois vamos brincar com eles: somando os totais do ano por tipo de despesa, multiplicando em investimentos, dividindo por objetivos, subtraindo os desperdícios, simulando sonhos. Exercite sua criatividade e capacidade estratégica. Quando você olha para as planilhas você vê alguns dos frutos que está colhendo e a que conclusões chega com isto? Exercite a sua lógica e capacidade de análise respeitando a beleza e a importância dos números.

Com amor

O amor que se manifesta em atos e palavras é toda uma atitude que temos quando decidimos amar. Não estou falando do delicioso sentimento de paixão que nos invade inexplicavelmente, mas sim do amor que cresce e amadurece com o tempo. Enquanto a paixão colore e tempera a nossa vida, o amor dá sentido a ela.

Um profissional que decide amar aos seus clientes receberá amor de muitos deles também. Ele olhará atentamente para cada pessoa e estará empenhado em atender as suas necessidades, agradar e proporcionar-lhes bem-estar. Este profissional terá o cuidado de respeitar o espaço alheio e tolerar as suas limitações. O cliente, satisfeito por ser bem tratado, tende a ser fiel e muitas vezes a surpreender, correspondendo o amor ao enxergar naquele profissional que o atende um ser humano também. Nesta relação cliente-fornecedor, as pessoas continuam sendo imperfeitas, mas existe a decisão de amar que rejeita a exploração, afasta a má vontade, controla a irritação e não dá espaço para a negligência, resultando naturalmente em bons negócios e amizades.

A liderança exercida com amor pensa sempre em ajudar cada indivíduo envolvido no processo, assim como pensa no bem comum. O líder preocupa-se com a evolução do ser humano, mesmo que isso signifique perder o controle sobre ele. Os objetivos estabelecidos deverão sempre beneficiar várias pessoas, de maneiras e intensidades diferentes. Quem está sob liderança justa, costuma responder com um ótimo resultado, amando ao seu líder. Sempre que os dois lados estão dispostos a aprender, tudo fica incrivelmente mais fácil. Ambos saberão que não cabe neste relacionamento a dominação, a humilhação nem a idolatria. Quando todos concordarem, o líder será naturalmente seguido e a equipe ficará verdadeiramente unida. Os conflitos que surgirem terminarão em acordos, negociados com justiça e flexibilidade.

É universal e serve para todas as idades, culturas, raças, credos e gêneros, gostar de conviver com alguém assim, que tenha a percepção de que o amor é a única saída e esteja aprendendo a amar desta forma. Até aqueles que estão achando esse papo utópico, desejam ter parentes, amigos, chefes, clientes, namorados(as) / esposos(as) que os amem. Mesmo quem não tem esse romantismo fica feliz quando faz uma diferença na vida de alguém e sente-se realizado por dar amor e carinho.

Planeje racionalmente, aja com emoção

Segundo as Finanças Comportamentais, tomamos nossas decisões financeiras não apenas baseados no lucro ou prejuízo que resultará destas decisões. São muitas as crenças e emoções que nos influenciam a agir de modo insensato, fazendo coisas que não deveríamos estar fazendo e deixando de fazer coisas importantes. Da mesma forma, há crenças que nos levam à vitórias e emoções que nos dão força. Razão e emoção fazem parte de nossa natureza e a maioria de nós tende a ser mais emotivo ou mais racional. Situações de curto prazo ativam o sistema límbico do cérebro, que controla a emoção e situações de longo prazo ativam o córtex prefrontal, associado ao raciocínio lógico. Como seria uma combinação produtiva das duas coisas? Em que momento usar uma e outra?

Imagine um sonho, aquela coisa que mexe com você, que te desperta paixão e muita esperança de realizar. Ao lembrar-se do seu sonho, um desejo intenso de realizá-lo levará você a buscar soluções para os obstáculos, a alegria de estar a caminho do seu sonho tornará você persistente e incansável com relação aos detalhes, a coragem o surpreenderá ao enfrentar o desconhecido e você ainda conseguirá contagiar algumas pessoas com seu entusiasmo, trazendo-as para junto de você como aliadas.

Neste momento você começa a planejar como chegar neste sonho, quando, onde, com quem e com quanto. É aí que entra a razão, seu lado brilhante tentando encontrar a melhor estratégia. Seja realista considerando algumas adversidades, esteja calmo, pois planejamento não combina com euforia nem pânico. Faça contas, tente prever o futuro (dentro do possível, claro), estude o assunto e mantenha-se bem informado. Seja esperto para aproveitar as oportunidades e fazer as coisas do jeito certo. Seja ético e generoso, pensando no ganha-ganha e fazendo as coisas certas. Se você tinha dúvidas sobre a utilidade da matemática, agora ela será uma ferramenta importante.

Então poderás colocar em prática aquela ótima frase: “Pense como uma pessoa de ação e aja como alguém que pensa!” Serás naturalmente competente pela imensa vontade de acertar, terás crescido até ficar maior do que os problemas, conseguirás obter resultado pelo amor que depositou neste sonho, sentirás prazer na luta e na conquista. Não perderás mais tempo com desculpas e preguiça. Na hora de agir, até raiva pode ser útil, sabe aquela revolta de estar saturado de uma determinada situação e dar um basta, ter o dia da virada bem no pico da raiva? E tudo isso te dará mais força e energia para ser ainda mais persistente e buscar novos sonhos. Não rirás mais dos sonhos dos outros, terá por eles respeito. Pensarás bem antes de prometer e farás tudo para cumprir tua palavra.