Tem certeza?

TEM CERTEZA?

Andréa Voûte

Tempo perdido não se recupera nunca mais.  Todos nós convivemos com o desperdício, inclusive de tempo… vamos minimizar isto para liberar mais recursos para o que é realmente importante.  Reflita sobre o tempo e dinheiro que você perde tentando agradar aos outros, explicar-se e seguir protocolos.

Agradar a todos sabemos que é impossível, mas tentar é considerado bonito ou até um ato de amor.  Receber pessoas quando não temos tempo, oferecer coisas que não podemos comprar, frequentar lugares caros e dividir suas altas contas, emprestar o nome correndo enorme risco de sujá-lo, vale tudo em nome da simpatia!  Ajudar, ser amigo e companheiro não quer dizer agradar, quando for necessário mesmo talvez seja melhor ceder de vez e servir com amor ao outro, pela preocupação sincera com o bem-estar geral.  Ou então ser direto ao dizer “não” e deixar para outra oportunidade, quando tiver mais recursos disponíveis, afinal ninguém mais tem tempo e dinheiro para perder com cerimônias e aparências vazias, o que a sociedade diz que pega bem nem sempre faz bem.  Melhor dizer “sim” menos vezes mas com todo o coração, mente e alma do que somente da boca para fora, não é verdade?

Damos satisfação demais de nossas vidas!  Detalhes deveriam ficar para as deliciosas conversas íntimas com os amigos, parentes ou profissionais da terapia de nossa confiança, mas nunca porque nos sentimos obrigados a falar.  Isso compromete nossa segurança e privacidade, é um direito nosso ter segredos e não responder a determinadas perguntas.  Sem esquecer, é claro, que omitir é uma forma de mentir, então não estou incentivando a “esconder o jogo”, afinal há coisas que os outros tem sim o direito de saber e devem mesmo ser reveladas.  Estou falando das invasões ao nosso espaço reservado, que já foi tão reduzido com a globalização e a informatização.  Perguntas sobre quanto você ganha, como você gasta seu tempo e dinheiro, para quem irá deixar isto ou aquilo, que tipo de relação matrimonial escolheu, como cria os filhos ou porque não os teve, e por aí vai…  Só para não perder o costume vou mencionar o assunto das dívidas – além de termos que nos explicar para as autoridades governamentais, profissionais e às vezes familiares, quem faz dívidas ainda deve satisfações aos credores!

O Natal é um exemplo interessante de protocolo que muitos seguem sem questionar.  Todos acreditam, fazem compras mil, se reúnem naquela data e horário, homenageiam um personagem comercial e iludem as crianças, cumprem direitinho o ritual.  Mas quem inventou este ritual?  Há toda uma história, ou melhor uma mistura delas, que originaram estes costumes, mas se você curte natal, é melhor nem procurar saber…

Fugir do convencional tem um preço, claro. Seremos mal interpretados, pressionados e discriminados. E tem mais, observe que sempre que uma pessoa criativa inventa algo novo e o resultado parece bom, logo aquilo vira “regra” e sai um monte de gente copiando. Pronto, ela não só quebrou tradições como criou uma nova e começa tudo de novo…  Às vezes eu me pergunto se já consegui lançar uma nova “moda” de pagar à vista, contestando a maré. 🙂

Ouse quebrar as tradições que lhe atrapalham ou não lhe acrescentam nada de bom!  Pergunte-se: Por que eu preciso fazer isto?  É espontâneo e natural?  Quem ganha o que com isto?

AUTONOMIA NA LIMPEZA

Complemento dos artigos ”AUTONOMIA” e “AUTONOMIA NA ALIMENTAÇÃO”.

Ao limpar você se lembra do que tem, se dá conta do que vem acumulando inutilmente e assim pode doar, reciclar ou vender, redescobre coisas úteis e volta a usar. É uma oportunidade de observar o estado de conservação das coisas, ver o que quebrou, o que suja mais, o que demora e dá trabalho para limpar, o que dura e tem resistência, o que valeu a compra e o que não comprar de novo. Ao fazer você mesmo a limpeza, pode economizar nos produtos, usar misturinhas mais naturais com óleos essenciais, vinagre aromatizado ou bicarbonato de sódio por exemplo ganhando em saúde e ecologia. Depois você fica com o bem-estar da casa limpa, sabendo exatamente o que faltou fazer.

Para limpar você inevitavelmente arruma tudo. Organizar suas próprias coisas te permite escolher uma lógica que faça sentido para você e encontra-las mais facilmente quando precisar, além de preservar a sua privacidade e segurança. Depois de fazer de tudo um pouco você saberá o melhor método e produto para cada tarefa. Aproveite para livrar-se do que não se pode limpar e do excesso de enfeites, para tornar a sua vida mais prática. Eu por exemplo não uso vime, carpete, persiana e outras coisas difíceis. Sim aos materiais impermeáveis, não às cores que disfarçam a sujeira… mais vale a limpeza frequente com água do que a química pesada que agride a saúde e a casa; perfume forte não é sinônimo de limpeza, ele só disfarça e nos intoxica ainda mais.

A distribuição das tarefas entre os dias e as pessoas desenvolve as habilidades de planejamento, negociação, colaboração e espírito de equipe (a não ser para os que moram sozinhos), a noção de responsabilidade para os filhos e o gerenciamento do tempo. Há pessoas que preferem concentrar as tarefas todas em um único dia ou no fim da semana (às vezes por falta de opção) enquanto outras dividem um ou dois assuntos por dia. Há famílias que fazem tabelas e outras só combinam oralmente, algumas dividem conforme o talento, outras conforme o tempo livre de cada pessoa ou ainda conforme o uso que cada um faz dos recursos. O que não dá mais para aceitar é sobrecarregar as mulheres da casa simplesmente por serem mulheres ou as empregadas domésticas pelo fato de serem pagas para isso. E quando estas estiverem ausentes ou impedidas de trabalhar?

Quantas vezes por semana, mês ou ano você acha que determinada tarefa deve ser executada? O que você não suporta ver sujo, bagunçado ou inacabado? O que você não liga e pode deixar para o fim da lista ou pode terceirizar para qualquer pessoa? Há alguém que fique em casa a maior parte do tempo? Há prestadores de serviços que cuidem da comida, da roupa, do jardim e piscina, da limpeza ou das crianças, animais e idosos? O que está atrapalhando o fluxo das tarefas domésticas e pode ser melhorado? A pessoa que faz as compras é consumista? Você pode fazer esta tarefa braçal “anestesiado” por uma boa música, reflexões, conversas ou um palestrante falando? Faça estas perguntas antes de começar e teste diferentes jeitos de cuidar das tarefas domésticas, um deles será mais adequado ao seu momento.

Andréa Voûte

BOA FORMA FINANCEIRA

BOA FORMA FINANCEIRA

Andréa Voûte

Assim como a comida, o dinheiro é uma “coisa” com a qual temos de nos relacionar a vida toda, querendo ou não, sabendo ou não; portanto vamos tornar esse relacionamento o melhor possível?

Sentir-se gordo em relação aos magros e sentir-se fora de forma diante dos saudáveis começa a preocupar. O mais importante é o que fazer com essa preocupação – culpar-se a cada mordida, sofrer a cada despida, ou reagir positivamente, por exemplo, começando uma dieta alimentar e um programa de exercícios? Vamos fazer um check-up financeiro, olhar de frente nossa realidade, nossos números. Detectados os excessos, as doenças e as carências, é hora de mexer-se. Assim como não há reeducação alimentar sem controle de alimentos e bebidas, do peso e de preferência até das medidas, adivinhe como funciona a educação financeira?

Como eu ganho meu dinheiro, quanto eu ganho, de quem e quando? Aproveitamos para questionar cada detalhe da receita e se é possível melhorá-la. Pensando no que é ganhar bem, o que é ser rico na minha concepção, analisando a carreira, as oportunidades e as crenças a respeito do dinheiro e do lado material da vida, perceberemos que muitos problemas financeiros vêm de questões mal resolvidas em relação à receita. É importante saber com que gasto o dinheiro e conhecer as minhas necessidades, luxos e desperdícios. Quais são as prioridades entre presente e futuro, qualidade e quantidade, poupança e consumo, generosidade e benefício próprio?

Racionalizar os gastos é bem mais complexo do que simplesmente sair cortando tudo o que não é essencial, é como comer com qualidade satisfazendo a fome e, de vez em quando, aproveitando um banquete. Com o passar do tempo, vamos percebendo que é mais importante cultivar os pequenos hábitos do dia a dia do que as grandes e doloridas intervenções radicais feitas esporadicamente, que podem ser evitadas se determinados hábitos forem praticados. Pequenas economias, que formam poupanças (aparentemente) lentas, pode ser o começo de um milagre da prosperidade. Da mesma forma que a gula não é saudável, a abstinência não contribui para a saúde. Poder mas não conseguir usufruir do próprio dinheiro, ganho honestamente com o trabalho, é uma pena, viver dia e noite pensando economizar em cada centavo e sacrificar completamente o presente em nome do futuro, só se for por uma fase.

Para minha dieta financeira ficar mais vitaminada, que informações eu devo buscar? E para ganhar força, resistência e novos contornos, que exercícios eu devo fazer?

Invista sempre em sua educação financeira, pois ela afeta a sua qualidade de vida. É gostoso comer bem, às vezes saborear uma sobremesa, ou até dizer não para ela no auge do autocontrole, mas tudo dentro de minha dieta, que eu mesma escolhi.

O FIM DO ANO

O FIM DO ANO

Andréa Voûte

Para quem tem o privilégio de receber um salário a mais por ano – ou dois – vale a pena olhar com cuidado para o décimo-terceiro salário, fruto do seu trabalho, antes de entusiasmar-se com os gastos de fim de ano.

Quanto mais rodeados de pessoas estivermos, seremos chamados para muitas coisas e mais seletivos precisamos ser. Festas e reuniões para todos os gostos, formais ou bagunçadas, tediosas ou animadas. Viagens também, seja no campo, na praia ou até alguns dias cheios de neve no exterior. Presentes e lembrancinhas para amigos, parentes, funcionários e colegas ansiosos por recebê-los… Promoções de natal e ano-novo em todo o comércio, lojas enfeitadas como nunca e acabamos até consumindo para nós mesmos, além de todos os outros gastos. Janeiro? Ano que vem? Quem quer pensar nisto neste momento de euforia total?

Eu insisto, tenha em mente o que é importante para você e deixe um espaço para o imprevisto. Dizer “sim” para todas as pessoas e os desejos faz você se sentir parte de algo maior, mas depois pode ocasionar um caos por não dar conta do que se comprometeu a fazer. Correr de uma festa para outra só para cumprir o protocolo, viajar demais sem tempo de curtir o local e as pessoas direito, participar de rituais que não te dizem nada, comer e beber o que não poderia, gastar além dos seus limites… Não recomendo negar sempre e ficar alheio ao “movimento fim de ano” com seus apelos, é verdade que há muitas oportunidades e encontros nesta época.

O social, a família, o descanso, o dinheiro, o lazer, o que realmente te motiva? Entre as festas que você pode ir, o que significam para você e o que aconteceria se você escolhesse só uma parte delas? E as viagens, qual delas seria realmente divertida e proveitosa? Que presentes da sua lista estão dentro de seu orçamento e são importantes para a pessoa ou para o relacionamento? Ao receber em casa, é preciso mesmo uma mesa excessivamente farta e suntuosa e depois ficar semanas comendo as sobras daquela ceia? Todos estes encontros precisam mesmo ser em dezembro?

Calma, questionar é um hábito saudável! É possível que você esteja se deixando levar a gastar mais do que deveria e que tenha se esquecido de algo importante… Dezembro passou a ser o mês mais estressante do ano mas não precisa ser assim. Pense antes de comprometer-se demais, planeje e seja mais consciente e seletivo.

Um ano é um ciclo de vida, como muitos outros e, se você costuma fazer um “balanço anual” de sua vida, que maravilha, tem gente que não faz isto nunca! Quanto às finanças, como foi este ano para você? Reflita sobre as coisas que você fez para usar melhor o seu dinheiro em 2016 e o que pode fazer em 2017. Normalmente as crises nos ensinam muito, é uma boa ideia registrar estas lições por escrito.

AUTONOMIA FINANCEIRA

Quando você pensa em uma pessoa financeiramente autônoma, a primeira ideia que vem à sua mente é a de pagar suas próprias contas, certo? De preferência em dia, à vista e com seu próprio dinheiro. Nos casos de divisão de contas com alguém, saber planejar e negociar uma divisão justa, mantendo a consciência dos valores que o outro paga também. Tentar não explorar as pessoas mais próximas, transbordando nelas seus problemas e não se deixar explorar pelas instituições financeiras com seu crédito caro. Difícil ter autonomia, liberdade e independência sem pagar suas próprias contas. Que isso seja a regra e não a exceção, pois é mesmo a habilidade mais importante, mas não a única.

Como somos todos consumidores, devemos saber identificar o preço justo, pesquisar e comprar bem. Aprimorar constantemente a arte de negociar com firmeza e honestidade para chegar ao melhor resultado possível. Saber vender colabora para a sua autonomia, mesmo que hoje essa não seja a sua atividade principal. Se você for independente, aprenderá a negociar doações, empréstimos e cobrar quem lhe deve; se ainda não for, estará negociando na outra ponta. Se você cair no consumismo deixará de ser sustentável e isso pode comprometer toda a sua autonomia, mesmo que possua as outras habilidades. Negocie com você mesmo também.

Para evitar problemas gerados por outros, é bom deixar de ser ingênuo e aprender a reconhecer os oportunistas que não te respeitam, identificar mentiras, barrar o egoísmo alheio, mostrar os limites aos folgados. Agir corretamente e conhecer a si mesmo e aos outros cria boa-vontade e evita as situações em que um sai prejudicado. Por outro lado, é bom entender o mínimo sobre as leis que mais te afetam e contar com bons advogados e especialistas a quem possa consultar e acionar em caso de necessidade. Cercar-se de cuidados para prevenir golpes e abusos ajuda a não perder a independência financeira que você conquistou, sem exagerar na desconfiança.

Quem escolheu a sua carreira? Ter mentores e modelos para inspiração e aprendizado não significa deixar outra pessoa pensar por você. Aceitar ajuda para divulgar o seu trabalho, uma indicação ou venda comissionada tudo bem, mas analise com seus próprios parâmetros se é isso mesmo que você quer ou se dará conta. Decisões de onde trabalhar, onde estudar, que profissão seguir e quando parar de trabalhar são pessoais e intransferíveis. Levar em consideração a família é diferente de sacrificar-se cegamente por ela. Deixar a ambição falar mais alto do que tudo e colocar o dinheiro em primeiro lugar costuma decepcionar no final, ignorá-lo também.

Pelo menos por algum tempo, alimente os seus próprios controles financeiros e faça isso detalhada e cuidadosamente. Aprenda sobre tecnologia e use-a a seu favor. Participe dos procedimentos burocráticos resolvendo seus próprios problemas. Estreite sua relação com os bancos, leia seus extratos e saiba de cabeça quanto ganha, gasta, tem e deve. Entenda e renegocie as dívidas. Aprenda a poupar e investir, estude você mesmo sobre investimentos e acompanhe notícias de Economia. Eis um ponto fundamental da autonomia financeira que pode facilitar o planejamento estratégico, a paz e a prosperidade ou facilitar as fraudes, descontroles e dívidas. Planejar as finanças é gostoso, experimente (ou alguém o fará por você)! Contrate ajuda e participe ativamente, lembrando que a melhor pessoa para cuidar do seu dinheiro ainda é você mesmo.

Andréa Voûte

SEU PESO E AS FINANÇAS

SEU PESO E AS FINANÇAS

Andréa Voûte

Problemas com peso trazem problemas financeiros.

Muitas pessoas em eterno regime reclamam de suas dificuldades financeiras decorrentes do excesso de peso ou do efeito sanfona. Parece que existe uma ditadura da magreza que facilita tudo para as pessoas magras e dificulta a vida das pessoas acima do peso. Minha intenção é incentivar a saúde e um peso equilibrado, bem como alertar para preconceitos e injustiças.

Quando a quantidade de alimentos consumida é maior, obviamente o gasto também é. Ao entrar em dieta alimentar daquele tipo que dá preferência aos produtos light ou diet, paga-se mais caro por eles. Quando existe compulsão, podem acontecer imprevistos do tipo acabar repentinamente um estoque que deveria durar dias e ter que comprar mais. Médico que acompanha a dieta, remédio, nutricionista, spa, todo o tratamento tem um alto custo. As pessoas magras costumam gastar menos com alimentação, mas claro que há exceções, alguns magros praticam todos os gastos citados acima. Lembro que existem alternativas alimentares naturais e simples, como sempre mostro.

Outro assunto é o vestuário. No Brasil, várias confecções e lojas param no 44 e não querem ter uma gordinha vestindo suas roupas. As roupas em tamanhos maiores do que o 44 são difíceis de encontrar, muitas vezes só mesmo em lojas especializadas. Difícil mesmo é desembolsar por elas um valor bem maior sem que elas sejam assim tão especiais. As pessoas magras tem menos preocupações com modelo que valoriza isto ou esconde aquilo. Elas tem mais opções de lojas e marcas, desde as realmente baratas até as realmente chiques, enquanto as numerações maiores dificilmente fogem das lojas meio termo com modelos simples e conservadores. São coisas que não me parecem muito justas ou corretas por parte das empresas.

É comum que os adeptos de dietas alimentares tenham um estoque de roupas em diferentes tamanhos, para acompanhar as variações da balança. Isso provoca certa confusão: guardar a roupa maior parece desperdício e pessimismo, guardar a roupa menor parece ilusão, porém não guardar parece risco de ter que encarar novamente a maratona de lojas especializadas e gastos exorbitantes. A instabilidade do peso gera além dos problemas de saúde, a necessidade de manter peças duplicadas.

Ao usar qualquer tipo de transporte público, os assentos, banheiros e corredores parecem desenhados para os esbeltos. A classe econômica dos aviões pode ser extremamente desconfortável para alguém acima do peso e a diferença de preço para a classe executiva já é enorme, primeira classe então nem se fala. Manter alguém apertado e preso em uma única posição faz a circulação ficar prejudicada, trazendo mais riscos à saúde. As cadeiras e bancos de plástico estão por todo lado, até mesmo em bares, restaurantes e festas. São baratinhos, leves e fáceis de limpar, mas não suportam muito peso. Economiza-se em espaço e material, mas perde-se em satisfação de uma grande quantidade de consumidores.

A obesidade é um problema mundial e sempre foi comum nas classes sociais mais altas e agora tem crescido assustadoramente entre as pessoas de baixa renda. Hábitos alimentares pouco saudáveis, stress e sedentarismo reduzem a qualidade de vida e aumentam os custos das famílias e do governo. Tudo isto aliado à falta de informação pode ser desastroso. A oferta de trabalho e até mesmo o salário são menores para alguns cargos quando a pessoa está acima do peso, bem como tudo o que se refere à aparência. Cabe ao empregador evitar o preconceito e ao empregado cuidar-se mais pelo seu próprio bem.

O lado financeiro da briga com a balança pode ser um incentivo não somente por todos os problemas mencionados acima. Há casos muito interessantes de pessoas que perderam peso para ganhar uma aposta com amigos em que cada um colocava um determinado valor e aquele que finalizasse o período com a maior diferença levava todo o montante. Também se pode entrar em uma nova forma física, motivado por algum concurso, campeonato ou qualquer coisa que ofereça um farto prêmio em dinheiro! Claro que tudo devidamente acompanhado por um programa de exercícios e cuidados médicos…

O PLANO B

O PLANO B

Andréa Voûte

Você pode não gostar de planejar de jeito nenhum, pode recusar-se a fazer até o plano inicial, quanto mais um segundo plano alternativo. Você pode achar que o futuro é impossível de se prever e que as tentativas de imaginar o que acontecerá são pura perda de tempo. O imprevisto é inevitável e os planos falham, como bem o sabem os gerentes de projeto, médicos cirurgiões e organizadores de eventos. Para que desgastar-se inutilmente se na verdade não temos o controle dos acontecimentos? De certa forma você tem razão, o improviso e a aventura tem seu charme. O que não tira o valor do planejamento, ferramenta extremamente útil em muitas situações e obrigatória em outras.

Imagine-se naquele desenho Tá Chovendo Hambúrguer – de repente começa a chover alimentos vindos de uma máquina desajustada do cientista que queria resolver uma escassez alimentar. Situação totalmente inesperada que primeiro encantou a todos pela abundância, mas depois saiu do controle e trouxe caos, sujeira e obesidade, quase destruindo a pequena ilha. Estando ali você não sabe o que vai chover, mas se chover sopa você vai preferir estar com uma caneca em mãos. O que não quer dizer levar colher, garfo e faca desnecessariamente para onde for, sempre preparado para todo tipo de “chuva”. O medo ou a ambição podem leva-lo a exagerar no cuidado. Como passar por uma situação bizarra da melhor forma possível?

Com o plano B não estaríamos enviando para o Universo e para o nosso cérebro a mensagem de que vai dar errado? Como podemos pensar no fracasso de uma coisa que queremos muito que dê certo? Ficar imaginando os possíveis problemas não é coisa de pessimista e os torna mais prováveis de acontecerem? Se afundarmos nos detalhes sórdidos da parte negativa acima de tudo, sim. Mas há o momento certo de fazer o plano de contingência, pensando em tudo o que pode dar errado e saber que mesmo assim pode haver surpresas e termos que viver sem o nosso tão sonhado objetivo. Há o momento de administrar o risco, de pensar em causas e consequências, de tentar resolver alguns problemas antecipadamente, preparar-se para os mais prováveis e os de maior impacto caso aconteçam. Prevenir costuma ser mais barato e mais tranquilo do que remediar.

Fazemos isso justamente quando é importante, se não fosse não precisaria de plano A nem B. As coisas que queremos garantir que deem certo de um jeito ou de outro, aquilo que precisa acontecer mesmo na falta de alguns recursos, mesmo fora das condições ideais ou demorando mais do que gostaríamos. São exatamente estas que merecem o planejamento cuidadoso. É mais ou menos como um seguro, que você contrata mesmo sem querer pagar e menos ainda você quer usar, mas continua para proteger o seu carro ou residência. E então, munidos de plano A, B e às vezes também o C, ficaremos mais tranquilos para seguir em frente e agir, com maior probabilidade de sucesso. Caso o resultado não seja o esperado mesmo assim, ganhamos experiência estratégica e consciência tranquila de que fizemos tudo o que pudemos.

AUTONOMIA NA ALIMENTAÇÃO

Fazemos de três a seis refeições por dia, muitas vezes variando o local e o tipo de alimentação. É cada vez maior o número de pessoas que delega a alimentação para os profissionais do ramo, como empregadas domésticas, máquinas, restaurantes, supermercados e a indústria alimentícia. As cozinhas são cada vez menores e menos equipadas, os alimentos tornaram-se exageradamente processados e artificiais, o conhecimento básico sobre culinária, jardinagem e a origem das carnes diminuiu bastante. A maioria de nós não lê os rótulos e quando tentamos é preciso usar lupa, tradutor e conhecimento científico para decifrá-los.

Comer não é só nutrir o corpo e ingerir calorias. Almoço com os colegas é networking, com a família é reforçar os laços, com os amigos é um ato social e com o parceiro/a é intimidade, sozinho é reflexão. Alguns tem compulsão alimentar, outros são viciados em açúcar ou gordura e há pessoas que procuram nos alimentos as memórias boas da infância. Evite comer enquanto trabalha ou estuda, faça uma pausa e relaxe. Escolha seus alimentos, experimente variações, não faça as refeições no piloto automático, não confie cegamente na indústria alimentícia ou no restaurante. Considere o preço e o sabor sim, mas o critério principal deveria ser a saúde ao decidir o que vai consumir e absorver. Informação e consciência sobre nutrição contribuem para a sua autonomia alimentar.

Cozinhar não é tão complicado que não possa ser aprendido. É uma tarefa básica e necessária, mesmo que depois você queira ou possa delegar a culinária, não deve ser ignorante quanto ao preparo dos alimentos. Assim dificilmente passará fome ou será obrigado a comer algo ruim ou sujo, você controla a quantidade, qualidade e higiene. No início siga receitas e aos poucos liberte-se delas. Você vai errar no tempero até perceber a importância dos detalhes, vai errar na consistência até lembrar-se da química, vai queimar a comida até dizer não às distrações, vai cortar os dedos até criar métodos, vai desperdiçar até aprender a planejar, vai queimar-se até respeitar o fogo, vai adquirir paciência para descascar legumes e mexer a panela. Por fim você tem agilidade e criatividade, consegue inventar receitas e combinar ingredientes de forma mágica, agrada a diferentes paladares e restrições alimentares, talvez enfeite a comida e quem sabe recrute algum ajudante enquanto conversam. Comprar bem os ingredientes e não só produtos alimentícios é uma arte a ser aprendida também.

Plantar é aproximar-se da natureza e colher é como imprimir seu próprio dinheiro. Você mudará completamente a forma de ver as frutas, os legumes e verduras se acompanhar todo o ciclo de vida deles cuidando de cada etapa. A jardinagem é tão especial quanto cozinhar, comprovadamente terapêutico, proporcionando um exercício e a participação ativa na produção do que consome. Comece com vasinhos de ervas e plantas fáceis de cultivar e que durem anos, depois quem sabe aumente para uma linda horta, um pomar perfumado, algumas galinhas e peixes. Isso reduz sua dependência dos mercados e te dá uma noção do preço justo de cada coisa. Colher só o que vai usar naquele dia também reduz o desperdício. Aproveite para desenvolver uma produção orgânica e com isso ganhe saúde e sabor do alimento fresco e natural. Quanto aos bichinhos, divirta-se brigando com os que ameaçam a sua colheita e faça amizade com as minhocas e os polinizadores. Reutilize restos de vegetais compostando até virar adubo, reduzindo drasticamente a quantidade do seu lixo orgânico.

Andréa Voûte

AUTONOMIA NOS CUIDADOS PESSOAIS

Ainda não inventaram melhor pessoa para cuidar de você do que você mesmo. Aqueles momentos só seus de amor próprio e autoconhecimento, em que você percebe a textura da pele e do cabelo, ouve o corpo, sente onde dói e onde é sensível. Você detecta os probleminhas a corrigir, alonga-se para alcançar as costas e esbarra nos limites desse alongamento. Agora você só tem que se preocupar com o produto certo e o melhor tratamento. Você pode ficar em silêncio ou até colocar uma música que combine com o seu humor, para que seja realmente terapêutico. Depois estará bem cuidado, cheiroso, relaxado, macio, saudável, um prazer sereno.

Tudo o que tem que ser feito com uma frequência diária ou semanal você deve saber fazer. Lavar os cabelos é tarefa básica de higiene pessoal e se você costuma secar no secador ou modelar, aprenda a fazê-lo direito. É gostoso ter alguém massageando o seu couro cabeludo e cuidando de você, mas terceirizar totalmente esta tarefa demanda muito tempo e dinheiro. Quem pinta os cabelos um dia precisará pintar em casa, é bom treinar de vez em quando porque não ficará bom da primeira vez. A escolha dos produtos corretos para o seu tipo de cabelo deve ser sua, com orientações do cabeleireiro, da vendedora da loja de cosméticos e de textos da revista. Considere também o tipo de agressão natural ou química a que ele está exposto, a textura, o volume, o comprimento e até a cor. Teste e varie os produtos, mas informe-se com gente séria. É possível fazer ótimas hidratações em casa, economizando muito. Quanto ao penteado, você não precisa saber fazer esculturas elaboradas para ir ao casamento chique, mas coisas básicas do dia-a-dia sim, compre acessórios de cabelo e experimente quando estiver sozinha sem compromissos.

Quando vou à manicure, já chego com as unhas cortadas e lixadas, no tamanho e formato certos. Nem penso em terceirizar estas tarefas e nas raras vezes que o fiz, detestei o resultado. Hidrato minhas mãos e pés todos os dias e empurro as cutículas uma vez por semana. Levo meu próprio kit ao salão, que eu mando amolar, desinfeto com álcool e troco de vez em quando. Isso é fácil e eu não confio na estufa e no conhecimento técnico que a manicure tenha de saúde. Saber esfoliar a pele do jeito certo e na frequência certa tira as células mortas, manchas, pelos encravados e cravinhos superficiais, além de estimular a circulação. Massagear seus próprios pés é bem relaxante, nos ombros e pescoço alivia dores. Você pode não saber desfazer os nódulos com tanta competência quanto a massoterapeuta, mas conhecerá melhor cada um deles e poderá refletir de onde eles vieram. Quem gosta de maquiagem, deve aprender a fazer para não cair naquela situação de pagar caro e não gostar do visual.

Cuide-se mais, faça uma pausa na correria e curta os momentos e os resultados em sua saúde física e mental por fazer isso. Você que já cuida do trabalho, da saúde, dos estudos, do carro, da família, da casa e do dinheiro, cuide de você. Você pode e deve tornar-se o maior especialista em você mesmo, sabendo melhor do que ninguém o que deve e não deve ser feito, recebendo ajuda sem ficar dependente, sem ter que esperar o dia da clínica ou salão.

Andréa Voûte

Juros do crédito

Até quem não gosta de matemática, especialmente a financeira e não entende de juros, será perfeitamente capaz de compreender a explicação abaixo.

Você está com o saldo negativo de R$ 1.000,00 em sua conta, usando o cheque especial que hoje te cobra 300% ao ano de juros.  100% de um número é o todo, é ele mesmo, neste caso R$ 1.000,00.  300% de um valor portanto é o triplo dele ou três a cada um.  Isso quer dizer que se você deixasse o saldo negativo intacto por 12 meses e a taxa de juros se mantivesse em 300% você passaria a dever cerca de R$ 4.000,00 que são os R$ 1.000,00 iniciais mais R$ 3.000,00 só de juros.

Você recebeu uma fatura de cartão de crédito no valor de R$ 592,00 com opção de pagar em 12 vezes somando R$ 1.006,00 ou em 18 vezes somando R$ 1.283,00. Você também pode pagar o mínimo de R$ 88,00 e ficar devendo os outros R$ 504,00 sujeito a juros de mais de 700% ao ano, ou seja, sete vezes o que você já não estava conseguindo pagar!

É verdade que cheque especial e cartão de crédito são caros. Empréstimos que não tenham taxas de juros tão altas estão cobrando por ano cerca de 80% e lojas cobram 100% para financiar suas mercadorias.  Sim, isto quer dizer pagar por duas TVs e levar uma só. Diante de uma taxa de juros em torno de 14% ao ano tudo isso é muita coisa. Se você comparar estes dados com seu investimento, verá que uma dívida pode dobrar de tamanho em 6 meses, enquanto um investimento comum levará mais de 6 anos para duplicar.

Andréa Voûte