O polêmico cartão de crédito merece ser estudado antes que você se enrole em novas e modernas formas de pagamento que surgem a cada dia.
Ele organiza as suas contas em uma fatura detalhada, que você pode consultar quando quiser. Na fatura você vê o que é assinatura mensal fixa, custos do próprio cartão, custos de faturas anteriores com encargos, compras do período em Reais e outras moedas, compras parceladas em que ponto estão do parcelamento. As datas das compras estão todas ali também, em ordem crescente. Quem morre de preguiça de controlar o que gastou adora tudo isso. Só tem um probleminha: nem sempre você consegue transportar estes dados para um controle decente, que contenha o resto da sua vida financeira, faça os diversos cálculos que você precisa e te permita classificar o assunto de cada gasto.
Simplificar. Viagens, supermercado, remédios, Uber, Netflix, cursos, várias coisas de um mês inteiro concentradas em um único pagamento, é como ter vários boletos em um. Gastos frequentes como combustível simplificados a uma vez por mês. Inclusive débito automático de diferentes datas ao longo dos últimos 40 dias você está pagando só agora. Não sabia que a data do débito automático não é a mesma da fatura do cartão? Que ótimo, espero que isso seja sinal de que você nunca usou todo o seu limite! Se você recebe um salário fixo logo antes da data da fatura, tudo bem. Se você for uma pessoa madura e responsável, com a perfeita noção de que os 40 dias passam voando e chegam com novas surpresas financeiras, relaxe!
Liberdade! Quando a fatura do cartão de crédito fecha, você sente-se livre para decidir o que quiser, um privilégio ter tantas opções. À vista total ou parcial, a prazo de 4 a 12 parcelas, com ou sem entrada. Isso porque antes você já decidiu comprar ou não, no débito ou no crédito, de que cartão, em quantas parcelas (o cartão de crédito nunca é à vista de verdade, ele te dá no mínimo 10 dias). Olha que desafio mental lembrar de toda a sua situação financeira para decidir sabiamente essas coisas enquanto a fila te espera impaciente. Na verdade, o processo é um verdadeiro teste de sanidade mental e habilidades matemáticas. Quanto mais cartões, mais o cérebro fica afiado e os músculos das costas fortalecidos de tanto malabarismo financeiro que eles exigem. Algumas operadoras de cartão te lembram da “melhor” data para compras. Melhor para quem?
Sobre o crédito, já falei tanto que você já sabe que aquele limite mencionado ali não é seu, nunca foi e nunca será. O limite é dinheiro a ser emprestado e devolvido na data certa ou vai doer, muito. Os juros mais altos do mercado, o dinheiro mais caro. Já foi pior, quando o uso do rotativo era ilimitado. A única vantagem em relação ao crédito convencional, de empréstimos ou cheque especial por exemplo, é que ao pagar a fatura por completo na data do vencimento (ou antes), não há juros, só conveniência. Feito sob medida para adultos disciplinados e não gastadores. O perigo é confundir o limite com “direito” seu ou complemento da renda. A culpa não é do cartão, da mesma forma que a culpa não é do álcool. Consumir antes e pagar depois é uma distorção dos fatos, use com moderação.
As vantagens são reais, você ganha pontos, milhagem e descontos. Isso é financeiramente favorável adivinhe a quem? Certo, os adultos, disciplinados e não gastadores. Aqueles que não vão se exceder só para acumular mais pontos, aqueles que desconhecem o gosto amargo residual de uma compra por impulso. Eles vão continuar vivendo sua vida normalmente, só mudando a forma de pagamento para melhorar o programa de fidelidade. Não sentem isso como incentivo a consumir além do planejado e do possível.
E as compras online? Verdade, nesse caso o cartão facilita bastante, mas hoje há outras opções eletrônicas com menos juros e burocracia. Em uma viagem, pode ser bem mais seguro andar com um cartão de crédito (apague o código e verifique lançamentos estranhos) do que com um montante de dinheiro. Despesas a serem reembolsadas também, são uma conveniência do cartão. Você gasta, comprova que gastou e a empresa ou a pessoa te reembolsa antes que a fatura chegue. Ou você compra uma coisa para vender e vende antes de pagar a fatura. Prazo pode ser sinônimo de conveniência e oportunidade, sabendo usar.