Imagine que estejamos vivendo um dia normal, quando de repente surge um imprevisto. Sabemos que isso pode acontecer e que são várias as atitudes que podemos tomar. Digamos que nossas reações em determinados momentos podem ter uma tendência ativa e, em outros momentos, passiva. Vamos ver o exemplo abaixo:
Uma pessoa, em um ato bastante comum e aparentemente generoso, empresta seu cartão de crédito para uma amiga fazer compras. Essa pessoa possivelmente acabará, com problemas e talvez o nome sujo na praça. Se isso acontecer, pela postura passiva adotada – provavelmente por considerar a amiga confiável – está claro que ela é igualmente responsável pela situação criada. Em situações assim, também é comum que, para não ficar chato, ela não cobre a amiga. Magoada e constrangida ela fala com o banco, reclama dos juros, perde tempo, dinheiro e, como não poderia deixar de ser, a amizade fica abalada. Para evitar esse tipo de situação, adotar uma postura “ativa” é sempre a melhor solução, que, nesse caso, seria simplesmente ter dito, de forma delicada, que não poderia emprestar o cartão. Talvez acompanhada de uma orientação de como não precisar pedir emprestado o cartão alheio para que a amiga também seja mais ativa e autônoma em suas finanças.
Nesse exemplo estamos falando de escolhas possíveis, sendo que a mais “fácil” pode tornar uma pessoa vítima das circunstâncias. A mais “difícil”, porém, poderá evitar problemas e trará mais tranquilidade no futuro. Decisões desse tipo tranquilizam e enriquecem. O autocontrole é bem melhor do que tentar controlar o outro; o autoconhecimento primeiro e depois conhecer o outro; a autocrítica é mais útil do que criticar o outro, a autoestima é mais importante do que os aplausos alheios.
Ser adulto é fazer a nossa parte primeiro, é vencer a preguiça, é ter coragem, é persistir, é ter palavra e sustentar-se. Você já observou uma pessoa imatura e pensou que caberia aos pais não mimarem os filhos e aos filhos recusarem os mimos? Isso se estende a outras relações também, por exemplo entre chefes e funcionários, entre marido e mulher ou até entre prestadores de serviços e clientes. Pessoas dependentes que ficam procurando alguém para seguir e pessoas mimadas que ficam procurando alguém que as sirva não se desenvolvem, não conquistam nada e desperdiçam o seu potencial no tédio da vida passiva.
Exemplos de perguntas improdutivas: Quem é o culpado? O que pode ser pior do que isso? Quem vai pagar por isso? Como posso provar que estou certo? Quando as coisas vão mudar?
Exemplos de perguntas produtivas: O que eu posso fazer para resolver ou minimizar o problema? O que eu posso aprender com isso? O que eu posso fazer para evitar que aconteça novamente? Como aceitar e me adaptar ao que não tenho sob controle?
Andréa Voûte