Autêntico, graças a Deus

AUTÊNTICO, GRAÇAS A DEUS

Andréa Voûte

Ser autêntico é chique e motivador, é um sinal de evolução. Imitar é brega, a cópia não costuma ser igual, pois falta a ela a essência do criador. Às vezes, vemos alguém aproveitar uma ideia e vesti-la com sua própria essência. Pode ficar bom, mas nunca será original. Não terá a coragem do pioneiro, mas pode-se tentar aprender com a experiência dele. Representar para manter as aparências desgasta demais, é um esforço grande que chega a um resultado vazio e constantemente é perseguido pelo medo de ser desmascarado. Interiormente sabemos que o “ter” não substitui o “ser” e o “parecer ter” é pior ainda. Deixar-nos levar pelos acontecimentos sem saber quem realmente somos nos priva de viver nossa plenitude. Trabalhar em equipe e pensar no coletivo são coisas da maturidade, sem anular-se para fazer parte de um grupo.

Ser você mesmo é uma delícia! Permite que você torne-se excelente em algo (ou em algumas coisas) embora consciente de suas falhas. Por ironia é justamente quando desistir da perfeição e fizer algo por prazer que receberás aplausos. Livra a você da carga de tentar agradar aos outros e curiosamente é aí que muitas vezes conquistará as pessoas. Proporciona alívio e relaxamento, abrindo espaço para a felicidade, mas não nos 365 dias do ano. A verdade tem uma nobreza incrível e uma beleza insubstituível!

Quanto às finanças, procure a receita certa para você, compatível com sua competência, seu nível de esforço e seu padrão de vida; a despesa que se encaixe em seus valores e suas prioridades, o investimento adequado ao seu perfil de risco e suas metas. Dicas nem sempre ajudam, o que é ótimo para o outro não necessariamente terá o mesmo efeito em você e pode ser frustrante tentar. O dinheiro em si também não resolve tudo sozinho. Embora eu seja agradecida a todos aqueles que, em algum momento, me deram ajuda financeira teórica ou prática, aos que dispuseram do seu tempo e dinheiro, eu sei que no final coube a mim decidir o que fazer com eles.

Tem certeza?

TEM CERTEZA?

Andréa Voûte

Tempo perdido não se recupera nunca mais.  Todos nós convivemos com o desperdício, inclusive de tempo… vamos minimizar isto para liberar mais recursos para o que é realmente importante.  Reflita sobre o tempo e dinheiro que você perde tentando agradar aos outros, explicar-se e seguir protocolos.

Agradar a todos sabemos que é impossível, mas tentar é considerado bonito ou até um ato de amor.  Receber pessoas quando não temos tempo, oferecer coisas que não podemos comprar, frequentar lugares caros e dividir suas altas contas, emprestar o nome correndo enorme risco de sujá-lo, vale tudo em nome da simpatia!  Ajudar, ser amigo e companheiro não quer dizer agradar, quando for necessário mesmo talvez seja melhor ceder de vez e servir com amor ao outro, pela preocupação sincera com o bem-estar geral.  Ou então ser direto ao dizer “não” e deixar para outra oportunidade, quando tiver mais recursos disponíveis, afinal ninguém mais tem tempo e dinheiro para perder com cerimônias e aparências vazias, o que a sociedade diz que pega bem nem sempre faz bem.  Melhor dizer “sim” menos vezes mas com todo o coração, mente e alma do que somente da boca para fora, não é verdade?

Damos satisfação demais de nossas vidas!  Detalhes deveriam ficar para as deliciosas conversas íntimas com os amigos, parentes ou profissionais da terapia de nossa confiança, mas nunca porque nos sentimos obrigados a falar.  Isso compromete nossa segurança e privacidade, é um direito nosso ter segredos e não responder a determinadas perguntas.  Sem esquecer, é claro, que omitir é uma forma de mentir, então não estou incentivando a “esconder o jogo”, afinal há coisas que os outros tem sim o direito de saber e devem mesmo ser reveladas.  Estou falando das invasões ao nosso espaço reservado, que já foi tão reduzido com a globalização e a informatização.  Perguntas sobre quanto você ganha, como você gasta seu tempo e dinheiro, para quem irá deixar isto ou aquilo, que tipo de relação matrimonial escolheu, como cria os filhos ou porque não os teve, e por aí vai…  Só para não perder o costume vou mencionar o assunto das dívidas – além de termos que nos explicar para as autoridades governamentais, profissionais e às vezes familiares, quem faz dívidas ainda deve satisfações aos credores!

O Natal é um exemplo interessante de protocolo que muitos seguem sem questionar.  Todos acreditam, fazem compras mil, se reúnem naquela data e horário, homenageiam um personagem comercial e iludem as crianças, cumprem direitinho o ritual.  Mas quem inventou este ritual?  Há toda uma história, ou melhor uma mistura delas, que originaram estes costumes, mas se você curte natal, é melhor nem procurar saber…

Fugir do convencional tem um preço, claro. Seremos mal interpretados, pressionados e discriminados. E tem mais, observe que sempre que uma pessoa criativa inventa algo novo e o resultado parece bom, logo aquilo vira “regra” e sai um monte de gente copiando. Pronto, ela não só quebrou tradições como criou uma nova e começa tudo de novo…  Às vezes eu me pergunto se já consegui lançar uma nova “moda” de pagar à vista, contestando a maré. 🙂

Ouse quebrar as tradições que lhe atrapalham ou não lhe acrescentam nada de bom!  Pergunte-se: Por que eu preciso fazer isto?  É espontâneo e natural?  Quem ganha o que com isto?

AUTONOMIA NA LIMPEZA

Complemento dos artigos ”AUTONOMIA” e “AUTONOMIA NA ALIMENTAÇÃO”.

Ao limpar você se lembra do que tem, se dá conta do que vem acumulando inutilmente e assim pode doar, reciclar ou vender, redescobre coisas úteis e volta a usar. É uma oportunidade de observar o estado de conservação das coisas, ver o que quebrou, o que suja mais, o que demora e dá trabalho para limpar, o que dura e tem resistência, o que valeu a compra e o que não comprar de novo. Ao fazer você mesmo a limpeza, pode economizar nos produtos, usar misturinhas mais naturais com óleos essenciais, vinagre aromatizado ou bicarbonato de sódio por exemplo ganhando em saúde e ecologia. Depois você fica com o bem-estar da casa limpa, sabendo exatamente o que faltou fazer.

Para limpar você inevitavelmente arruma tudo. Organizar suas próprias coisas te permite escolher uma lógica que faça sentido para você e encontra-las mais facilmente quando precisar, além de preservar a sua privacidade e segurança. Depois de fazer de tudo um pouco você saberá o melhor método e produto para cada tarefa. Aproveite para livrar-se do que não se pode limpar e do excesso de enfeites, para tornar a sua vida mais prática. Eu por exemplo não uso vime, carpete, persiana e outras coisas difíceis. Sim aos materiais impermeáveis, não às cores que disfarçam a sujeira… mais vale a limpeza frequente com água do que a química pesada que agride a saúde e a casa; perfume forte não é sinônimo de limpeza, ele só disfarça e nos intoxica ainda mais.

A distribuição das tarefas entre os dias e as pessoas desenvolve as habilidades de planejamento, negociação, colaboração e espírito de equipe (a não ser para os que moram sozinhos), a noção de responsabilidade para os filhos e o gerenciamento do tempo. Há pessoas que preferem concentrar as tarefas todas em um único dia ou no fim da semana (às vezes por falta de opção) enquanto outras dividem um ou dois assuntos por dia. Há famílias que fazem tabelas e outras só combinam oralmente, algumas dividem conforme o talento, outras conforme o tempo livre de cada pessoa ou ainda conforme o uso que cada um faz dos recursos. O que não dá mais para aceitar é sobrecarregar as mulheres da casa simplesmente por serem mulheres ou as empregadas domésticas pelo fato de serem pagas para isso. E quando estas estiverem ausentes ou impedidas de trabalhar?

Quantas vezes por semana, mês ou ano você acha que determinada tarefa deve ser executada? O que você não suporta ver sujo, bagunçado ou inacabado? O que você não liga e pode deixar para o fim da lista ou pode terceirizar para qualquer pessoa? Há alguém que fique em casa a maior parte do tempo? Há prestadores de serviços que cuidem da comida, da roupa, do jardim e piscina, da limpeza ou das crianças, animais e idosos? O que está atrapalhando o fluxo das tarefas domésticas e pode ser melhorado? A pessoa que faz as compras é consumista? Você pode fazer esta tarefa braçal “anestesiado” por uma boa música, reflexões, conversas ou um palestrante falando? Faça estas perguntas antes de começar e teste diferentes jeitos de cuidar das tarefas domésticas, um deles será mais adequado ao seu momento.

Andréa Voûte