AUTONOMIA NA LIMPEZA

Complemento dos artigos ”AUTONOMIA” e “AUTONOMIA NA ALIMENTAÇÃO”.

Ao limpar você se lembra do que tem, se dá conta do que vem acumulando inutilmente e assim pode doar, reciclar ou vender, redescobre coisas úteis e volta a usar. É uma oportunidade de observar o estado de conservação das coisas, ver o que quebrou, o que suja mais, o que demora e dá trabalho para limpar, o que dura e tem resistência, o que valeu a compra e o que não comprar de novo. Ao fazer você mesmo a limpeza, pode economizar nos produtos, usar misturinhas mais naturais com óleos essenciais, vinagre aromatizado ou bicarbonato de sódio por exemplo ganhando em saúde e ecologia. Depois você fica com o bem-estar da casa limpa, sabendo exatamente o que faltou fazer.

Para limpar você inevitavelmente arruma tudo. Organizar suas próprias coisas te permite escolher uma lógica que faça sentido para você e encontra-las mais facilmente quando precisar, além de preservar a sua privacidade e segurança. Depois de fazer de tudo um pouco você saberá o melhor método e produto para cada tarefa. Aproveite para livrar-se do que não se pode limpar e do excesso de enfeites, para tornar a sua vida mais prática. Eu por exemplo não uso vime, carpete, persiana e outras coisas difíceis. Sim aos materiais impermeáveis, não às cores que disfarçam a sujeira… mais vale a limpeza frequente com água do que a química pesada que agride a saúde e a casa; perfume forte não é sinônimo de limpeza, ele só disfarça e nos intoxica ainda mais.

A distribuição das tarefas entre os dias e as pessoas desenvolve as habilidades de planejamento, negociação, colaboração e espírito de equipe (a não ser para os que moram sozinhos), a noção de responsabilidade para os filhos e o gerenciamento do tempo. Há pessoas que preferem concentrar as tarefas todas em um único dia ou no fim da semana (às vezes por falta de opção) enquanto outras dividem um ou dois assuntos por dia. Há famílias que fazem tabelas e outras só combinam oralmente, algumas dividem conforme o talento, outras conforme o tempo livre de cada pessoa ou ainda conforme o uso que cada um faz dos recursos. O que não dá mais para aceitar é sobrecarregar as mulheres da casa simplesmente por serem mulheres ou as empregadas domésticas pelo fato de serem pagas para isso. E quando estas estiverem ausentes ou impedidas de trabalhar?

Quantas vezes por semana, mês ou ano você acha que determinada tarefa deve ser executada? O que você não suporta ver sujo, bagunçado ou inacabado? O que você não liga e pode deixar para o fim da lista ou pode terceirizar para qualquer pessoa? Há alguém que fique em casa a maior parte do tempo? Há prestadores de serviços que cuidem da comida, da roupa, do jardim e piscina, da limpeza ou das crianças, animais e idosos? O que está atrapalhando o fluxo das tarefas domésticas e pode ser melhorado? A pessoa que faz as compras é consumista? Você pode fazer esta tarefa braçal “anestesiado” por uma boa música, reflexões, conversas ou um palestrante falando? Faça estas perguntas antes de começar e teste diferentes jeitos de cuidar das tarefas domésticas, um deles será mais adequado ao seu momento.

Andréa Voûte