O FIM DO ANO

O FIM DO ANO

Andréa Voûte

Para quem tem o privilégio de receber um salário a mais por ano – ou dois – vale a pena olhar com cuidado para o décimo-terceiro salário, fruto do seu trabalho, antes de entusiasmar-se com os gastos de fim de ano.

Quanto mais rodeados de pessoas estivermos, seremos chamados para muitas coisas e mais seletivos precisamos ser. Festas e reuniões para todos os gostos, formais ou bagunçadas, tediosas ou animadas. Viagens também, seja no campo, na praia ou até alguns dias cheios de neve no exterior. Presentes e lembrancinhas para amigos, parentes, funcionários e colegas ansiosos por recebê-los… Promoções de natal e ano-novo em todo o comércio, lojas enfeitadas como nunca e acabamos até consumindo para nós mesmos, além de todos os outros gastos. Janeiro? Ano que vem? Quem quer pensar nisto neste momento de euforia total?

Eu insisto, tenha em mente o que é importante para você e deixe um espaço para o imprevisto. Dizer “sim” para todas as pessoas e os desejos faz você se sentir parte de algo maior, mas depois pode ocasionar um caos por não dar conta do que se comprometeu a fazer. Correr de uma festa para outra só para cumprir o protocolo, viajar demais sem tempo de curtir o local e as pessoas direito, participar de rituais que não te dizem nada, comer e beber o que não poderia, gastar além dos seus limites… Não recomendo negar sempre e ficar alheio ao “movimento fim de ano” com seus apelos, é verdade que há muitas oportunidades e encontros nesta época.

O social, a família, o descanso, o dinheiro, o lazer, o que realmente te motiva? Entre as festas que você pode ir, o que significam para você e o que aconteceria se você escolhesse só uma parte delas? E as viagens, qual delas seria realmente divertida e proveitosa? Que presentes da sua lista estão dentro de seu orçamento e são importantes para a pessoa ou para o relacionamento? Ao receber em casa, é preciso mesmo uma mesa excessivamente farta e suntuosa e depois ficar semanas comendo as sobras daquela ceia? Todos estes encontros precisam mesmo ser em dezembro?

Calma, questionar é um hábito saudável! É possível que você esteja se deixando levar a gastar mais do que deveria e que tenha se esquecido de algo importante… Dezembro passou a ser o mês mais estressante do ano mas não precisa ser assim. Pense antes de comprometer-se demais, planeje e seja mais consciente e seletivo.

Um ano é um ciclo de vida, como muitos outros e, se você costuma fazer um “balanço anual” de sua vida, que maravilha, tem gente que não faz isto nunca! Quanto às finanças, como foi este ano para você? Reflita sobre as coisas que você fez para usar melhor o seu dinheiro em 2016 e o que pode fazer em 2017. Normalmente as crises nos ensinam muito, é uma boa ideia registrar estas lições por escrito.